O que são processadores de dinâmica

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Você sabe o que são os Processadores de Dinâmica?

Existem vários tipos de processadores de dinâmica, como compressores, gates, expander, limiter, compander e etc., cada um com suas funções e características peculiares. Temos os analógicos como também os digitais, estes últimos proporcionando a inclusão nas consoles digitais em todos os seus canais de entrada e de saída, tornando bem mais fácil e prático o processo de mixagens ao vivo e nas gravações em estúdios. Inicialmente falaremos dos dois mais utilizados, que são os compressores e os gates. Como já sabemos, ambos são processadores de dinâmica.

Pois bem, primeiramente precisamos compreender o que é essa tal dinâmica, originada do grego “dynamos” que significa força, ou seja, intensidade sonora. Sabemos também que em uma partitura musical, quando o compositor quer expressar intensidade sonora, ele utiliza uma gradação que vai do “pianissisimo” ao “fortíssisimo”, ou seja, algo próximo da menor intensidade sonora, quase inaudível, até a máxima intensidade sonora, obtida sem danificar a voz ou o instrumento. A audição humana possui uma variação dinâmica muito grande, que varia em torno de 120 dB. Imagine a diferença de intensidade sonora entre um sussurro e a turbina de um avião. Aí está o primeiro problema: gravar ou reproduzir essa gigantesca extensão dinâmica, visto que existem algumas limitações físicas da eletrônica de reprodução de som. Essas limitações acontecem tanto nos limites inferiores quanto nos limites superiores. Temos, por exemplo, o ruído de piso ou “noise floor”, algo comum em equipamentos eletrônicos, que demarca esse limite inferior. E delimitando o limite superior temos os níveis de tensão operacional interna dos equipamentos: caso esse nível de tensão seja ultrapassado, haverá uma distorção no sinal ou até mesmo um corte “clip”, que é o caso dos equipamentos digitais. Na prática, essa margem dinâmica se torna ainda menor, já que se deve trabalhar sempre com uma “reserva”, também chamada de “headroom”, destinada aos picos momentâneos, evitando, assim, a distorção do sinal de áudio.

COMPRESSOR:

Como o próprio nome sugere, comprimir significa diminuir a faixa dinâmica. Gosto de utilizar o exemplo do piso e do forro de uma casa; inicialmente temos uma diferença de 10 metros entre o piso e o forro; com a utilização do compressor pode-se diminuir essa distância, aumentando o piso em 2 metros e diminuindo o forro em 2 metros. Com as alterações propostas, a distância entre o piso e o forro reduzirá para 6 metros. Aplicando esse exemplo no áudio, o que fazemos, de fato, com o uso do compressor, é elevar os níveis mais baixos e segurar os picos, reduzindo a faixa dinâmica. Claro que isso deve ser feito com bastante critério. Parafraseando o mestre Denio Costa, “ninguém gostaria de assistir a uma peça teatral da Chapeuzinho Vermelho em que, no momento em que o lobo mal grita que vai devorar a Chapeuzinho, o áudio, com uma compressão malfeita, passe a imagem de um animal desnutrido e sem fome”. Nesse momento, é necessário uma explosão dinâmica para comover o público e transmitir toda a emoção do ator interpretando o lobo mal.

Vamos aos controles básicos:

 
  • Threshold: representado em dB, delimita o nível de entrada de sinal no qual o compressor começará a atuar. Ex.: um áudio que está modulando em -15dB e o threshold está ajustado para -10 dB significa que o áudio trafegando está abaixo do nível de atuação thershold; nessa situação não acontecerá nenhuma compressão. Se esse mesmo áudio, porém, começar a modular em -10 dB ou acima disso, o compressor entrará em ação. 
  • Ratio: controla a taxa de compressão. Existem taxas de 2:1, 3:1, são consideradas taxas mais suaves, e taxas mais agressivas, como por exemplo 10:1, 20:1, que deixam o compressor com características de limitador. Essas taxas representam a quantidade de redução de sinal que haverá. Ex.: quando há uma taxa de compressão de 2:1 o sinal de saída é igual a metade do sinal de entrada. Em números, se o nosso limiar (treshold) for 5, e a taxa de compressão for de 2:1, um sinal de entrada de intensidade 7 será atenuado para 6, enquanto que um sinal de entrada de intensidade 10 será atenuado para 7,5, ou seja, a metade do que está acima do nível estabelecido pelo thereshold. 
  • Attack: controla o tempo necessário para o compressor atuar após o sinal passar do nível de threshold. Geralmente é expressado em milissegundos (ms). 
  • Release: controla o tempo que levará para o compressor deixar de atuar após o sinal voltar a ficar abaixo do nível de threshold. Também é expressado em milissegundos (ms). 
  • Output: é um controle de volume usado para reforçar ou atenuar o nível de sinal de saída do compressor. 
  • Hard Knee/Soft Knee: botão que seleciona entre uma curva de compressão mais brusca e imediata ou uma curva mais suave e musical. 
  • Side chain: é um dispositivo também bastante utilizado nos compressores que funciona como uma espécie de insert, podendo controlar a atuação do compressor através de um outro sinal; é muito útil para narrações sobre uma música de fundo, por exemplo: sempre que o locutor falar, o compressor do fundo musical entra em ação, reduzindo o nível da música; quando o locutor finalizar sua fala, o compressor deixará de comprimir a música, tornando-a audível novamente. 
  • Bypass: botão que desativa o compressor, fazendo com que o sinal passe sem ser modificado; muito utilizado para um comparativo entre o sinal sem a atuação do compressor e com a atuação do compressor.
DICA: Os compressores costumam ter “meters” com a indicação da redução do sinal, ou seja, a atuação do compressor, o nível de sinal de entrada e o nível de sinal de saída. Geralmente essa redução é representada na cor vermelha e é muito útil na verificação da funcionalidade do compressor. 

NOISE GATE:

 Os noise gates, ou “portões de ruido”, são portas que se fecham e abrem assim que os níveis ficam abaixo ou acima do que está estabelecido pelo threshold, funcionando como chaves de mute ajustáveis e inteligentes. São bastantes utilizados quando algum canal apresenta algum tipo de ruído, facilmente perceptível e incômodo em um momento de silêncio total durante o culto, por exemplo. Outra aplicação do noise gate é a utilização em alguns canais de bateria, por exemplo, visto que existem interações construtivas e destrutivas, e essas interações são ocasionadas pela utilização de diversos microfones na bateria, captando o mesmo som em diferentes tempos, mas, alterando, porém, as características do som da bateria. A utilização de gates diminui essas interações, fazendo com que o canal de um determinado tambor fique aberto apenas no momento que o tambor for tocado pelo baterista. 

Vamos aos controles básicos:

  • Threshold: igualmente no compressor, o threshold é quem vai determinar quando o gate entrará em ação, níveis abaixo do threshold serão considerados como ruídos indesejáveis e o gate será acionado, ocasionando o fechamento do canal ou somente a redução do mesmo, conforme veremos nos próximos parâmetros.  
  • Attack: Neste parâmetro ajustamos a velocidade em que o gate entrará em ação, que também é geralmente expressado em milissegundos (ms). 
  • Hold: Ajuste de tempo de permanência aberto logo após o nível determinado pelo threshold do gate for acionado, sua tradução é “aguarde” ou seja, mesmo após o nível ficar abaixo do que foi pré estabelecido pelo threshold, ele ainda continuará aberto até que se passe esse tempo estabelecido pelo hold. 
  • Release: Também conhecido com Decay, que ao contrário do attack, teremos o ajuste do tempo de fechamento logo após o tempo do hold, podendo ser completamente ou apenas uma redução (ranger) conforme veremos no próximo parâmetro. Também é expressado em milissegundos (ms). 
  • Range: E por fim, a função deste parâmetro definirá até que nível esse sinal será reduzido, podendo ser apenas uma redução mínima ou uma redução máxima, essa redução é representado em dB, onde o usuário ajustará a quantidade de dB a ser reduzida, poderá ser o fechamento por completo do canal ou apenas uma redução significativa.   


Dica: Muito cuidado com a utilização de gates, principalmente em vozes, pois, se o nível de threshold não estiver bem ajustado o usuário poderá sentir pequenos cortes, nas partes de menor intensidade de sua fala, gerando um certo desconforto e falta de inteligibilidade na amplificação do sinal de áudio para a igreja. 

E aí? Curtiu? Fica ligado que em breve teremos mais dicas incríveis pra vocês.

Deus abençoe a todos.

Até mais!!!

Equipe Áudio para Igrejas



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